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CPLX 14 : Lionuki – O Único Caminho é a Frente – Dionysian Industrial Complex

CPLX 14 : Lionuki – O Único Caminho é a Frente

Talvez fosse inevitável que o Dionysian Industrial Complex fosse oferecido, e entusiasticamente aceitasse, um álbum conceitual de vaporwave sobre Posadistas: o segmento extremo trotskista que virou uma fábrica de memes de internet, famoso por suas crenças em OVNIs Comunistas, necessidade de guerra nuclear, pesquisa de gravidez em gravidade zero e comunicação entre humanos e golfinhos.

Vaporwave, e seu primo inglês acolhedor mas meio sinistro “hauntology”, são gêneros de música que surgem de uma mistura de fatores tecnológicos: laptops com editores de áudio e sampleadores baratos, a rica memesfera das mídias sociais, o crescimento de camadas geológicas de histórico de material musical disponível para pilhagem. E uma nova geração de músicos prontos para se engajarem nisso.

Mas no que essa junção de forças pode dar no Brasil? Em 2019, “nostalgia” foi talvez um material perigoso e ambíguo para se trabalhar. O país cedeu a movimentos populistas de extrema-direita do final de 2010, divisionismo alimentado por mídias sociais e revisionismo histórico. O governo abertamente aplaude a ditadura militar de 64, e ameaça oponentes políticos com um retorno do AI-5, o decreto da ditadura que tornou ilegal qualquer oposição política efetiva.

“O Único Caminho É A Frente” de Lionuki nos dá um breve olhar do resultado artístico desse ambiente techno-cultural encarcerador com o pessimismo da política contemporânea. O álbum evoca memórias de um movimento revolucionário de guerrilha que mal existiu, mas que foi reinventado como um código para a era dos memes. Posadismo dá ao comunismo das antigas uma roupagem fofa meio new-age. Um sonho technicolor de OVNIs e camaradas golfinhos; um líder messiânico meio Che Guevara, meio John Lilly; o arrebatamento máximo com ETs vindo nos salvar do capital.

Num tempo onde é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo, talvez seja mais fácil abraçar um comunismo de memes piadistas sobre o apocalipse nuclear, do que confrontar o desafio de construir uma consciência de esquerda mais séria em uma força de trabalho casual e fraturada, e políticas identitárias tóxicas. E esse pode ser o maior pessimismo de todos. Mas numa era onde a extrema direita marcha sob a bandeira do Sapo Pepe e abraça o terraplanismo, estaria, talvez, a política condenada a se tornar um jogo entre contadores de histórias, competindo para produzir as ficções mais atraentes e absurdas? Citando Robert Anton Wilson: “O limite entre o Real e o Irreal não está fixo, apenas marca o último ponto onde gangues rivais de xamãs se enfrentaram até chegarem a um impasse”.

Tudo isso é bastante estimulante para o intelecto e divertido de ficar pensando sobre. Mas como soa a música?

Felizmente, a coisa mais notável é que “O Único Caminho É A Frente” é boa diversão sonora. Batidas felizes de house, toques melódicos adoráveis, samples de MPB ecoando como dub ou dancehall. Seu ponto de contato musical é o alvorecer da cultura de dance music dos anos 90, invocando aquelas viagens livres de DJs de techno / ambiente, tipo The Future Sound of London, The Orb ou Coldcut. Às vezes lembra Tales of Ephidrina de Amorphous Androgynous, Lifeforms de FSOL, ou Chill Out de The KLF. Com uma camada extra de reverb vaporoso.

Esse é um album forte na nostalgia pelo techno-otimismo daquela era, feito por gente jovem demais para terem estado lá.

Mas é também intencionalmente contemporâneo. Existe um conhecimento trágico latente de que o otimismo fluorescente hiperativo dessa era estava destinado a desaparecer. Tudo aqui é cor de pôr-do-sol. Rosa-choque, laranja, água-marinha e azul-safira.

Tudo aqui também te lembra de alguma outra coisa. Tudo aqui É alguma outra coisa. Existe uma antropofagia onívora casual quando Lionuki fortuitamente mistura MPB e trilhas sonoras de anime no seu pote. Há sussurros sinistros e surtos de riffs roqueiros e linhas de baixos em “dias impossiveis 余波”. O maravilhoso “eeeee ee eee” nos mergulha em comunhão com os golfinhos através de murmúrios em vocoders eroticamente manipulados com baixos 303 borrachudos, que, então, são cobertos com arpejos de Rhodes cintilantes, até que um repentino orgasmo de sintetizadores sweep chama uma batida DnB que poderia ter estrelado o álbum Double Figure de Plaid.

“estranhos” é um colapso em cascatas de escalas descendentes, que rapidamente se levanta num trilho tortuoso de baixos FM. Antes de cair através de nuvens de bitcrush e wah-wah no pulso intenso de “protetores da poeira estelar”, que é rapidamente invadido por um cantor de forró desintegrando.

E desabamos no sombrio ato final de nossa jornada. “completa felicidade” é embebido em ironia, uma trilha sonora para se esperar pelas bombas nucleares caírem, enquanto o álbum encerra e essa montanha-russa na máquina do tempo movida a arrependimento chega ao seu final desesperado.

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